terça-feira, 30 de março de 2010

Brevidades sobre o amor maior

O meu amor é assim, sereno. Pra ele não tem chuva, nem sol, nem frio. Só festa, tempo morno, confete, bis.

Meu amor é tão vívido, singelo amor. De tão simples é raro. Jóia, coroa, baú do tesouro, fim do arco-íris, bilhete premiado. Raro amor que não ostenta, não vulgariza, não empina o nariz. Amor de pureza, inocente; só ama, não fere.
Amor que faz brilharem os olhos, amor que faz a voz cantar. Arrepio, sorriso, suspiro, amor, amor maior. Não suporta saudade, não mede esforços pra se demonstrar. Sobe no palco, no muro, nas Muralhas da China, e grita – eu amo. O grito do meu amor é sussuro doce.

Amor tão grande aos meus olhos, mas que, de tão singelo, se abriga em meu peito. Não se expande pra não incomodar. O grande amor é o que cabe nos mais breves espaços. Amor de fechadura, do sorriso envergonhado, do beijo roubado, da mão estendida... De centésimos, milésimos grandiosos. Amor que não usa fita métrica, relógio, cronômetro, balança, catraca. Sentimento que se adapta, que cabe em qualquer coração de esperança.

Amor que é amor cabe nos mais breves instantes. Ama, não restringe; agracia, não atormenta; não mede, congela ou enjaula, é multiforme, multicolorido. Amor que é de todos, meu também. O meu amor é aquele que envolve. Basta abrir uma brecha, um espaço, uma fresta que ele vem entrando, humilde.

O meu amor, que trago no peito, é contente em exercer o seu trabalho: fazer amar. E amo.


Luisa Iva Maia Forte
em 22/03/2010



Sem enfeitar o discurso, porque o amor é simples, mando um beijo especial pro meu mais singelo amor.

Ponto final.