terça-feira, 28 de outubro de 2008

Faxinando

Contrariando muitas expectativas, inclusive as minhas, esse blog não terá somente uma postagem. Isso me deixa extremamente feliz e orgulhosa de mim mesma hehe! Eu, em uma das poucas vezes na minha vida, consegui vencer a preguiça com tanta determinação!

E, como terça-feira também é dia de faxina, o texto tem tudo a ver com esse clima de arrumação.




Reformas

Tire o pó dos móveis,
Da sua mesmice
Que ontem te agarrava pelos braços.
Tire o pó dos móveis.

Livre-se das roupas velhas,
Dos gestos velhos,
Das velhas máscaras.
Livre-se das roupas velhas.

Rasgue o dicionário,
A regra, a fôrma,
A fórmula, o já determinado.
Rasgue o dicionário.

Suma com os relógios,
Com as convenções,
Determinações, despertadores berrantes.
Suma com os relógios.

Guarde o salto alto
E agora ande com os pés na terra,
Liberdade de quem nasceu do pó.
Guarde o salto alto.

Ouça músicas velhas,
Mas faça novos passos,
Novos cantos, novas caras.
Ouça músicas velhas.

Afaste o sofá
E faça uma pista de dança,
Vibrante, requebrante,
Pulsante, desbundante.
Afaste o sofá.

Hoje é dia de tirar o pó dos móveis.


Luisa Iva, em 28/10/2008.



Aproveitando para deixar um beijo para os incentivadores!
Um beijo para a Bia, que sempre tem a paciência de ler e reler meus textos.
Um beijo para a Aline, que foi a primeira a comentar aqui.
Um beijo para o implicante do Thiago, que disse que o blog não ia passar do primeiro post.
Um beijo para Belinha, que me ajudou a escolher o nome do blog.
E um beijo internacional para Fillipe, que vem me cobrando um texto novo há um tempo já (promessa cumprida, viu?).

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Tem cinco minutinhos?

Sempre gostei de conhecer pessoas, mas apresentações não são o meu forte. Uma pena. O problema é que sempre me perco quando tenho que apresentar alguém - um desastre que só não é maior do que a clássica tragédia de ser apresentada.

Sendo assim, me privo das apresentações. Vamos fingir que somos velhos conhecidos. Aliás, nada há de tão difícil nisso. Hoje em dia, as pessoas com dez minutos de convivência parecem amigas de infância. Então, não custa nada me ajudar, não é?

E se, por acaso, você ainda tiver uma fração dos cinco minutinhos que eu pedi, poderia ficar mais um pouco...

Entre, a casa é sua.

Como boa anfitriã que sou, não quero chocar meu convidado recém-conhecido, até porque uma boa primeira impressão é essencial. Não servirei nada forte demais, nem aguado demais. Muito temperado também não. Um bom prato à moda da casa, bife e batata frita pra ter mais chance de agradar.

Que tal? Ainda vai me disponibilizar um tempinho?




Avenida

Olhou pra ela,
Olhou pra si,
Olhou pra rua,
Os carros não paravam de passar.

O assunto se fora,
Silêncio sacramentado,
Coração batendo forte.
Olhou pra rua.

Olhou pra ela.
Por que não recomeçara o assunto?
Eram amigos, afinal.
As mãos coladas no tronco.

Olhou pra si.
Talvez o sentimento não fosse aquele,
Talvez devesse agir.
Olhou pra rua.

Respirações descompassadas.
Os segundos mais longos de sua vida; certeza.
Olhou pra ela.
Não esboçava um sorriso sequer,
Tremeu por dentro.

Olhou pra si.
Não sabia se conseguiria descolar os pés do chão.
Criara raízes?
Olhou pra rua.

Cessaram os carros.
Abriu-se um corredor de asfalto.
Os passos se apressaram.
Os olhos na rua.

Sem querer as mãos se tocaram
Na pressa de atravessar.
Olhou pra ela.
Sorriram.
( 27/12/2007)



Acho que seu tempo acabou. Ninguém nunca tem mais de cinco minutos. Mesmo assim, se você quiser voltar, as portas estão abertas. Pode entrar quando quiser, sinta-se à vontade. A casa é humilde, mas o coração é grande!

Então, até uma próxima vez e que ela seja em breve!