terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Destino: Pólo Norte

Querido Papai Noel,

Já me disseram que o senhor não existe e, há pelo menos uns 15 anos, eu sei que a minha mãe compra meus presentes de Natal. Só que aconteceu uma coisa, bom velhinho, que acho que nem o Super – Homem poderia resolver...

Pensando nisso, a única solução que achei foi tentar enviar essa carta ao Pólo Norte, com a esperança de que na sua fabulosa Fábrica de Brinquedos se encontre a solução para o meu problema.

Acontece, Papai Noel, que eu tenho um congelador. Um congelador enorme. Grande, grande mesmo. Só que ele não pára de congelar. O gelo já tomou conta dele todinho, não há mais espaço para colocar nada dentro. Há tanto gelo, Papai Noel, que o congelador está expulsando todas as coisas de dentro dele para dar lugar à expansão da neve.

Já chamei todos os técnicos, já pedi a Deus, já tirei da tomada, já deixei jogado num canto, já li o manual... Mas nada acontece. Nada mesmo. O congelador continua congelando.

Minha casa está ficando fria, meus dias estão ficando frios, tudo que vejo e que toco está se refrigerando. Papai Noel, creia-me: eu gosto de calor. Sou brasileiro, gosto de praia, de frescobol, de 40 graus. Não gosto desse frio todo não. Eu quero é calorão, aquele que não deixa e gente dormir sem ligar o ar no máximo.

Então, Bom Velhinho, vou me despedir com o coração na mão e a mão apontando pro céu pra ver se acho uma rena voadora. Por favor, vê se dá pra arranjar um jeitinho de descongelar o congelador pra mim... Sei lá, um isqueiro mágico ou uma caixa de fósforos poderosa... Estou torcendo, viu?

Um beijo, Noel
Do brasileiro do congelador.

PS: Eu fui bonzinho esse ano. Segurei o meu orgulho, maneirei na raiva, no rancor e na tristeza. Papai Noel, eu sorri até quando tinha que chorar.


Ponto final.
Feliz Natal
ho-ho-ho

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Estradinha

- Que pedras grandes. Acho que paro por aqui. – Ele disse, já voltando-se para trás.
- Mas por quê? Você não disse que tinha o sonho de chegar lá em cima? Falta tão pouco agora... Eu vou com você! – A reação inesperada do rapaz espantara a menina, que já tinha começado a escalar.
- Ninguém me trouxe, ninguém vai me levar. Vou sozinho. É uma questão minha, vou resolver.
- Ninguém te trouxe, mas eu te encontrei pelo caminho. Você me convidou para seguir contigo, então eu vou.
- Não tente me entender. Não dá. Volto e talvez outro dia eu continue. O fim da tarde se aproxima, não sei se é seguro.
- São cinco da tarde, não há motivos pra ir embora. Fica. Eu vou com você. Não é tão alto.

O rapaz olhava pra ela. Por que tanta insistência? Ele tinha motivos pra subir? Tinha. Mas começara a desconfiar deles. A volta lhe parecia mais atraente. A solidão, o caminho sem aquela menina tagarela devia ser melhor.

- Não vou. Já decidi. Me desculpe te deixar aqui. Se quiser, te levo em casa.
- Não. Eu fico. Você também. Eu sei que você quer subir, me falou disso o caminho inteiro. Nós andamos tanto... Vamos subir, senão é viagem perdida!
- Às vezes quando se chega perto do abismo, é melhor pular.

Ela fez cara de interrogação. Não sabia o que ele queria dizer com aquilo.
- Como assim? – Perguntou.
- Nem sempre tomamos as decisões certas. Quando chegamos bem perto de alcançarmos o que queríamos percebemos que é melhor desistir e abrir mão.
- E você sabe tão bem o que quer?
- Não. Mas senti que é melhor voltar. Em casa é mais quente, mais confortável.
- Mas aqui está o que você quer. Como você me convida e depois me abandona?
- Não vou te abandonar. Quer que eu te deixe em casa? Ou que eu te ligue amanhã pra ver se você chegou bem?
- Não. Vou continuar. Vem comigo. Eu juro que não falo nada. Juro que não vou te ajudar a subir. Vou atrás, bem quietinha.

Só a notícia de que ela não iria mais falar, já dava uma sensação de alívio ao rapaz. Resolveu aceitar, ela não ia ceder mesmo.

- Ok. Vamos.

E subiram. O caminho daquele pequeno morro era íngreme e possuía muitas pedras. Eles foram com dificuldade.

Ele escorregou e agarrou na manga da camisa dela.
- Você está sempre aí atrás pra me segurar, né? – Os dois riram. Ele já não estava tenso.

Já se via o pico, onde a elevação acabava. Ele chegou lá primeiro e ficou olhando a moça se aproximar. Ela estava exausta, mas trazia consigo um sorriso aberto.

- Não é lindo? – ele perguntou ao vê-la chegar
- É... Muito lindo. Valeu a pena?
- Sim. Você me fez chegar aqui e agora eu sei que valeu a pena.
- Você falou lá embaixo sobre o pulo. Quer pular?
- Não. Prefiro ver o sol se pôr do seu lado.

(Luisa Iva Maia Forte)



Passou a UFF! Menos uma!
Agora só falta o ENEM e as segundas provas.
Pra comemorar, eu mudei o visual do blog :D

Semana que vem acho que vou ter a colaboração da minha querida priminha loiríssima e bronzeada Rayssa.

No mais, é isso aí.
Amanhã eu grito: FÉRIAS!
E aí eu coloco mais textos aqui.

Hoje não é ponto final, tô a fim de colocar reticências.
...

Beijo grande!

(01/12/2009)