quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Conversa de mãe

Ah, meu filho
Por que você não se interessa
Por essas moças de sapatilhas
E vestidos no joelho?

Por que você não gosta
Das meninas que dançam balé
E falam francês, bonjour monsieur

Por que você não liga
Praquela moça que só te deu o telefone
Depois de você muito insistir?

Ah, meu filho
Por que você não se interessa
Pelas mulheres finas como cetim?

Por que não gosta
Das cheias educação
Que sabem usar todos os talheres?

Das que dão bom dia
Agradecem, se desculpam
Das que cedem lugar no ônibus...
Por quê?

Por que você não se apaixona
Pelas meninas que cursam direito ou medicina,
Pelas que fazem aula de canto
E tocam piano desde os seis?

Essas moças que lêem livros
Fazem palavras cruzadas
Escutam bossa nova
E assistem ao jornal...

Essas sim, meu filho.
Essas sim!
Larga logo essa biscate
E escute sua velha mãe!



Luisa Iva
em 24/10/2010



Ponto final
e escutem suas mães (ou não).

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Se ele não tivesse falado com Maria Helena...

Talvez o céu não tivesse clareado
Talvez a chuva não tivesse estiado
Talvez o samba não fosse tão feliz
Talvez a prosa não fosse de alegria

Talvez Helena não sorrisse hoje em dia
Talvez o povo não andasse tão contente
Talvez a nuvem não pairasse mais tão leve
Talvez meu canto fosse hoje mais breve

Se ele não tivesse falado com Maria Helena
Naquele dia, naquela hora
Talvez a chuva caísse mais forte
Talvez o mundo ficasse sem sorte
E não houvesse mais borboletas.

Talvez ele tropeçasse num bueiro
Naquela noite, naquele dia
Talvez ele não andasse tão faceiro
Talvez os pássaros parassem de cantar

Talvez nada voltasse a ser igual
E todo o mundo entrasse em guerra
Talvez aquela rua, aquela casinha amarela
Ficasse sem cor, sem jardim, sem quintal.

Talvez aquela rua
A casa amarela
Talvez o poste
O bueiro
O céu
Talvez a nuvem
Talvez a guerra
Talvez a chuva
Talvez Helena
Talvez.

Só sei que
Se ele não tivesse falado com Maria Helena
Naquela noite
Naquele dia, naquela hora
Ela não teria sorrido
E dito assim, serena
“Eu te perdôo”


Luisa Iva
em 14/9/2010



Dia sete desse mês o nosso blog completa dois lindos aninhos!
Parabéns!
E obrigada aos poucos e bons leitores que fazem daqui um cantinho feliz.

Ponto final.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Ciúmes – a saga de uma namorada neurótica.

Pára de olhar pra ela!
Eu sei que você está olhando.
( Bochechas coradas, voz aguda)

Amorzinho, não estou olhando pra nada!

Para de ser dissimulado, homem!
Tira o olho dela
Tira o olho dela!
(gritos fortes, rosto parcialmente vermelho)

Eu juro que não estou olhando ninguém!

Mas você ainda insiste?!
Eu vi, eu percebi
Que você não tira o olho de lá!
(vermelhidão total, ira)

Você está louca?
Não vejo ninguém...
Quem você está vendo?

Tira o olho dela, vai ser melhor pra você
Finge que não vê, né?
Não adianta, eu sei.
(cinismo, ironia e vontade de esganar o sujeito)

Meu Deus!
Você enlouqueceu!
Me diz o que é que houve!

Tira o olho desta maldita bola!
Eu aqui do seu lado
E você não tira o olho dessa televisão!
Vou desligar a TV.
Estou com ciúmes do futebol...
(Biquinho)


Luisa Iva
em 31/08/2010



Ainda bem que eu gosto de futebol.

Ponto final.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Simpatia

Simpatia,
Nem sei bem o que vejo em você...
Sorri pra mim
Com essa luz de dentro
Chave mágica, lampião.

Sabe, Simpatia
As coisas são complicadas demais.
Eu sempre tive as palavras certas,
Agora elas estão em greve.

Acho que é você
Que me faz perder o tom,
Sair da linha
Do bem-feito, do certo demais.

Obrigada, Simpatia.
Às vezes a gente precisa
Se desconcertar.

Você me desconcerta.

Simpatia,
Nem sei bem o que vejo em você...


Luisa Iva
em 21/07/2010


Ponto final.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Instantâneo

Em três minutos
Vou te dizer o que venho pensando
Há tempos, meu bem.

Tic Tac

O mundo dá voltas
Mas hoje ele gira mais rápido
É fast.
Very fast.

Tic Tac

Eu venho pensando em nós
Admito.
E não foi rápido pensar no que dizer.
Mas digo.

Tic Tac.

Tá acabando o tempo
Hoje em dia o relógio manda.
Vou falar rapidinho
Pra não incomodar.

É fast.

Tic Tac.

Eu te amo.
É só.
É fast.

Tic Tac.

O miojo cozinhou
Vou desligar.
Até mais, meu bem.

Tic Tac.

Tu Tu Tu...



Luisa Iva

em 21/07/2010


Ponto final.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Lacunas

Não sei bem de ti, meu amor,
Nem de mim sei bem.
Sei tão pouco do mundo
Que dele nem sei se faço parte.
E do mundo alheio,
Alheio a ti estou.

Sei tão pouco de ti
Que em ti não sou.
Sei tão pouco das cores
Que me sinto cinza.
Da luz também não sei, amor
E te amo no escuro,
Assim, sem poder mostrar-me.

Sei tão pouco da vida
Que nem sei se vivi dela o bastante
Ou se ainda me resta algum fio da linha do tempo.
Não sei se faço parte
Ou se sou inteiro.
Não aprendi a contar histórias, nem estrelas.

Só sei que sou velho.
Isso as rugas me contaram.


Luisa Iva
em 24/06/2010



Reflitam.

E...
ponto final.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Sábado Azul

Bem de manhãzinha, num sábado azul, eles se encontraram. Sorriram alegres por verem que realmente estavam ali juntos, embora já tivessem se visto no dia anterior. Bonito isso dessa gente ficar contente só de se ver e não enjoar de se encontrar toda hora. A presença, quando se basta, se torna o maior refúgio do outro, o maior abrigo; a companhia, a maior diversão, o carrossel mais colorido, a experiência mais viva.

As mãos se tocaram para depois se aninharem num aperto delicado. Entrelaçaram-se, simultaneamente. Mãos dadas, almas coladinhas, sentimento comum. As unhas dela arranharam de leve a palma da mão do rapaz. Ele tomou-lhe a mãozinha delicada, de unhas pintadas na cor da maçã do amor, e deu uma mordidinha nas costas. Mordida que acaricia, arranhão que afaga.

Ela encostou sua cabeça no peito dele por um segundo e, levantando-a, sorriu. Ela sentia-se protegida quando estava com ele, ele gostava de protegê-la. Novamente, a cabecinha procurou o corpo do rapaz, pedindo um cafuné e, para atender ao pedido, ele acariciou-lhe os cabelos com ternura. O cheiro dos cabelos da moça despertava tantas lembranças boas quanto o perfume doce que ela usava, duas espirradinhas de cada lado – maravilhoso!

Continuaram a andar e as pessoas que passavam pela rua olhavam admiradas o jovem casal. Quanta felicidade. Eles eram felizes sim, eles tinham aprendido a ser felizes, e andavam com a leveza de quem ama. Sem pressa, sem relógios, sem preocupação. O que lhes regia o ritmo dos passos era o prazer de estarem juntos, de terem um ao outro e, por isso, desejavam que aquela caminhada se prolongasse mais a cada minuto.

Moviam-se compassados, o coração também batia no mesmo ritmo. Ele era dela, ela era dele, e não se importavam de pertencer um ao outro. Triste é quando a gente quer ser só da gente mesmo, sem se dividir com ninguém, sem ter ninguém pra se compartilhar com a gente. Eles não tinham disso, se orgulhavam em dizer que, de tão juntos, já haviam atrelado seus quereres, deixando em cada um, um pedacinho do outro.

Atravessaram a rua no sábado azul. E seguiram. Ela queria tomar sorvete, ele queria o que ela quisesse. Então, era o sorvete mesmo. Sorvete de sábado azul.



Luisa Iva
em 13/05/2010


Aproveitando pra desejar os parabéns pra Lety, a menina do coração mais meigo, e um beijo para aquele que deixa meus sábados, meus domingos e minha semana toda mais azul.

Ponto final.

terça-feira, 30 de março de 2010

Brevidades sobre o amor maior

O meu amor é assim, sereno. Pra ele não tem chuva, nem sol, nem frio. Só festa, tempo morno, confete, bis.

Meu amor é tão vívido, singelo amor. De tão simples é raro. Jóia, coroa, baú do tesouro, fim do arco-íris, bilhete premiado. Raro amor que não ostenta, não vulgariza, não empina o nariz. Amor de pureza, inocente; só ama, não fere.
Amor que faz brilharem os olhos, amor que faz a voz cantar. Arrepio, sorriso, suspiro, amor, amor maior. Não suporta saudade, não mede esforços pra se demonstrar. Sobe no palco, no muro, nas Muralhas da China, e grita – eu amo. O grito do meu amor é sussuro doce.

Amor tão grande aos meus olhos, mas que, de tão singelo, se abriga em meu peito. Não se expande pra não incomodar. O grande amor é o que cabe nos mais breves espaços. Amor de fechadura, do sorriso envergonhado, do beijo roubado, da mão estendida... De centésimos, milésimos grandiosos. Amor que não usa fita métrica, relógio, cronômetro, balança, catraca. Sentimento que se adapta, que cabe em qualquer coração de esperança.

Amor que é amor cabe nos mais breves instantes. Ama, não restringe; agracia, não atormenta; não mede, congela ou enjaula, é multiforme, multicolorido. Amor que é de todos, meu também. O meu amor é aquele que envolve. Basta abrir uma brecha, um espaço, uma fresta que ele vem entrando, humilde.

O meu amor, que trago no peito, é contente em exercer o seu trabalho: fazer amar. E amo.


Luisa Iva Maia Forte
em 22/03/2010



Sem enfeitar o discurso, porque o amor é simples, mando um beijo especial pro meu mais singelo amor.

Ponto final.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Ah, meu bem...

Meu bem, não minta que essa vida já é complicada demais, não faça toda essa cena, não invente mais nenhum problema, evite essas rugas a mais.

Ô, meu bem, nem faz tanto tempo que tava tudo bem, all right, ok. Mas do nada esse tudo despenca, esse tudo desaba e me faz chorar outra vez.

Por que deixar-se ir? Crie raízes, acampe um sorriso no meu jardim, pra sempre. Por que deixar acabar? Foi tudo tão lindo, foi tudo tão certo... Vem comigo, monte acampamento onde sempre foi pra você ficar.

Se fixa, meu bem. E preste atenção, está bem?! Chega de mansinho, me faz um carinho, me chama de amor. Que aí eu tento esquecer tudo; toda lama, todo drama, e vou ficar só com você.

Me dá um sorriso, uma piscadinha, não franze essa testa não. Eu não quero mais esse problema, eu quero uma solução. Faz assim então, você dá meia volta, bate na minha porta e se apossa do meu coração.

Ah, meu bem, eu tinha tudo nas mãos. Ah, meu bem, você sempre foi a minha resposta. Vou te provar por a mais bê que a vida lá fora é só nossa, mas que, pra ser de nós dois, tem que haver eu mais você.


Luisa Iva Maia Forte

02/02/2010



Dizem que a vida da gente começa depois do carnaval, então, Bom começo de ano pra todo mundo!

Ponto final.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Puxadinho

Não sou sua metade, amor, e nem você a minha, pois, se fôssemos, seríamos incompletos a sós. Você sem mim continua a viver e eu também continuo sendo eu sem você.

Não sou metade incompleta, não tenho meio coração, meio estômago. Sou integral e completamente eu. Um eu em solidão, nem triste e nem feliz. Eu, só.

Você também não é incompleto, é cheio, cheio de si e da sua essência. Precisando talvez de um tempero a mais, de uma cor a mais, mas, sem mim, você é você.

Não podemos admitir que somos vazios, amputados de parte de nós. Não somos meio, somos a totalidade. Um total descolorido e até sem graça, mas somos o todo.

Minha casa já veio alicerçada, com todas as quatro paredes. Quarto, cozinha e banheiro. Paredes de cal, telhado. Você é meu puxadinho, minha salinha de TV, com estante de livros e um belo sofá. Você é a parede colorida da sala, as almofadas, a mesinha de centro, o porta-revistas, o videogame. Você é a parte consciente que me faltava; minha estante de livros.

Sua casa também já veio alicerçada. Quarto, cozinha e banheiro. Paredes de cal, telhado. Mas eu sou seu puxadinho, meu amor. Sou a varanda arejada, a rede, a churrasqueira de tijolinhos. Sou a poltrona acolchoada, as rosas do canteiro. Eu sou a parte aconchegante que te faltava; sua rede.

Podemos viver sós: paredes de cal, telhado, quarto, cozinha, banheiro. Não precisaríamos de mais. Mas queremos. E, por procurar algo que nos dê ânimo, somos dois, em união. Nada tiro de ti, nada extrais de mim. Completamo-nos graciosa e misteriosamente. Sou sua rede, você é minha estante. Sou sua churrasqueira, você é meu sofá.

E, com tanto aconchego, tanta beleza, quem é doido de querer ser só?!


Luisa Iva
em 01/02/2009



Mais um mês começando hoje! Que fevereiro traga boas supresas!

Aproveitando o espaço para dar um parabéns enorme, sorridente e vibrante para a Bia, a mais nova jornalista! Parabéns, querida, você mereceu muito.

Parabéns também aos aniversariantes do finzinho de janeiro e de fevereiro! Em especial a minha irmãzinha linda e aos Thiago's (três, pra ser mais exata).Felicidades a todos!

E, para terminar, um grande beijo a todos que acompanham o blog, em especial para Mabi e Vê que, mesmo longe, não esqueceram de mim. E também aos que andam colocando meus textos no orkut. Estou ficando famosa por lá! hehehe
(Falta muuuuito ainda!)


Acho que terminei.
Ponto final cheio de carinho.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Meus nós

Antes só...

Estava tudo claro e de repente escureceu. A presença de algo fluido fazia-se perceber.
- Muito prazer, eu sou a Liberdade.

A voz ecoou, virou a esquina e se perdeu. Eu não respondi, tinha medo.

- Você não me diz nada?

- Não quero dizer. Eu sabia que você viria e sei que quer me seduzir.

A impressão de um leve sorriso por parte daquele ser me causou arrepios.

- Eu sou o que todos querem. Há pessoas que imploram por mim, que me gritam. Eu vim te visitar, você deveria sentir honra. Você me quer? Não sabe quantas coisas posso lhe oferecer...

- Não quero. Não pedi que viesse. Vá embora. Vivo bem sem ti. Não vou perder meu direito de escolha.

- E vai abrir mão de mim? Se me quiser, poderá usufruir de todos os pecados, os mais deliciosos. Tanto luxo, diversão, nada para se preocupar... Te darei asas! – E riu um riso profundo, cínico.

- Não te quero. Você não sabe quantos eu já vi se perderem por sua culpa. Você não sabe quantos eu vi cair. Quantos corações apunhalados, quantas lágrimas sofridas... Você dá asas a uns e corta as dos outros.

- Sei bem. Eu sei de tudo, criança. Sei de você e do mundo, sei de cada um e de todos. Eu só não sei como você ainda não caiu. Porque ainda me nega? Por que não sucumbiu?

- Eu sei bem o que é sofrer. E sofro. Prefiro carregar a minha cruz a me deixar levar. Não gosto dos atalhos sombrios e repugnantes que me oferece, vou plantar minhas sementes na minha estrada longa.

- Sua estrada só tem pedregulhos.

- Eu sei procurar o solo bom, tenho paciência de sobra. Eu escolho para onde vou.

- Mas isso é liberdade. Isso sou eu!

- É aí que está! Você é a liberdade dos fracos, dos que se deixam levar por ofertas imbecis. A minha liberdade sou eu que faço e ela consiste em me prender ao que quero. Eu escolho as minhas grades, eu aperto os meus nós. Mas também afrouxo, desfaço, enfeito com laço de fita. Você não permite o apego a nada. A liberdade que me oferece é vã. Eu quero voar sim, mas com a possibilidade de fazer um pouso tranqüilo.

- Comigo os vôos são mais altos, meu bem...

- Mas a queda é mais dolorosa. Inútil! Eu quero poder criar raízes quando bem entender, quero poder ficar quando todos tiverem que ir, eu sou diferente de todos esse cínicos que arrebitam os narizes e largam tudo o que tem e que buscam em troca de uma liberdade mascarada. Essa liberdade é o quê? É banalidade, futilidade, superfície rasa. Eu gosto de ir fundo! Eu quero bem mais que não dever satisfações a ninguém. Isso não é motivo de orgulho, é sinal de falta de zelo, de bem-querer. Eu quero bem mais que essas aparências! Eu vejo além!

- E o que você vê?

- Eu me vejo feliz. E pra ser feliz a gente precisa abdicar de certas coisas. Lá na frente vai valer a pena ter puxado as rédeas, lá na frente eu vou sorrir. Não entrego a minha felicidade nas mãos de ninguém. Já o fiz e não deu certo; não vai ser nas suas mãos que vou me perder. Agora eu sei que posso lutar e que o meu futuro pertence a mim!
O mundo dá voltas, liberdade, e eu vou deixá-lo girar. Não preciso de excessos, por isso não te quero. Você se oferece a mim em demasia e eu quero um pacote econômico. Sei viver com um pouco mais de pé no chão que os outros, e aprendi isso sofrendo.

- Como você se chama, criança?

- Eu me chamo Equilíbrio.

A liberdade foi embora caçar novas vítimas, novos pedintes que posteriormente virão a se arrepender. Por eles nada faço, a vida ensina.
As luzes voltaram a se acender. Não me mexi, estou deixando o mundo girar.


Luisa Iva
em 08/01/2010


Que calor! Que beleza! Felicidade de quem agora está na praia!
Antes de encerrar, tenho que agradecer ao pessoal que vem aqui ler meus textos. Muito obrigada, gente!

E agora,
Ponto Final.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Pode chegar, 2010!

O que você fez no seu reveillon? Olhou pro céu ou olhou pro chão? Chorou de tristeza ou de emoção? Viu os fogos da areia, do asfalto ou sentado no sofá?

Você pulou ondinhas? Comeu romã? Cuspiu caroço de uva? Tomou benção, se ajoelhou? Pulou degraus, beijou alguém?

O que você fez? Agradeceu ou ficou lembrando do que não deu certo? Você sorriu pensando no futuro?Desejou algo bem forte? Você ganhou flores? Beijou ou foi beijado? Desejou ter alguém ao seu lado? Quis deixar algo para trás?

Eu olhei os fogos no céu, olhei o mar. Acho que agradeci mais pelos desafios do que pelas conquistas. Eu desejei bem forte ter uma coisa e deixar outras para trás. Eu sorri. Chorei e fiquei com as bochechas coradas. Abracei as pessoas mais importantes da minha vida e emiti vibrações de afeto aos que não estavam comigo.

Eu vi pessoas ganhando beijos, pulando ondas e brigando nas primeiras horas do novo ano. Eu sou uma espectadora da vida, atenta. Da minha, sou autora, do mundo que roda, observadora. Observo curiosamente e adoro intervir.

O ano novo chegou rápido para mim. Sinceramente eu queria começar algo novo. E o novo, então, arrombou as portas da vida e girou os ponteiros do relógio. Talvez ele tenha se esquecido de mim, pequenina. Ou talvez seja eu que ainda esteja velha, porque o novo já está aí.

Pode chegar, vem cá pra perto e cochicha no meu ouvido o que vem por aí. Não quer? É, 2010, talvez seja mesmo pretensão minha querer saber assim, logo de cara, o que você reserva para mim. E, na mais pura verdade, nada ainda está definido. Eu posso mudar todos os seus planos, assim como você os meus. Vou seguindo meu rumo e você vem comigo. Saiba que eu me dou ao luxo de voltar atrás quando percebo que peguei o caminho errado. Eu não tenho medo de me arrepender não, tenho medo de não dar tempo de mudar o rumo.

Então, senhor 2010, faça o favor de entrar com o pé direito, viu?! Chega de mansinho e se comporte porque a dona da casa sou eu. Nada de traquinagens, de fazer estripulia com as minhas emoções, pois delas cuidamos eu e Deus, só.

No mais, faça um bom trabalho. Seja bem-vindo e sinta-se em casa. Poupe o mundo dessas catástrofes, novo ano, poupe a raça humana das desastrosas conseqüências dos nossos atos de vandalismo contra o planeta e contra nós mesmos. Traga-nos paz, luz e saúde. E que Deus nos permita trilhar o caminho do bem, buscando o que almejamos de coração.

A todos nós, alegrias mil! Mil não, dois mil e dez!


Luisa Iva
06/01/2010



Antes de tudo, quero parabenizar o nosso blog por ter completado um lindo aninho em outubro! Não fiz postagem de comemoração porque não me lembrei, confesso.
Mas fica aqui meu agradecimento sincero aos amigos que passam por aqui, lêem e comentam. Muito obrigada, pessoal. E que nesse ano novo tenhamos muitas alegrias para comemorar!
Amanhã (dia sete) o blog comemora um ano e três meses! Parabéns, parabéns!


E hoje é ponto de exclamação, emitindo vibrações positivas para o ano que se inicia!

Um grande beijo!