terça-feira, 4 de novembro de 2008

Gavetas mágicas

Nem eu estou acreditando no que eu acabei de encontrar no fundo da minha gaveta! Um texto velho do qual eu nem me lembrava mais. Deve ter uns dois, três anos e eu não sei como ele sobreviveu à sucessivas arrumações de quarto sem ser percebido (nota-se a minha paixão por organização).

Minha prosa não é das melhores, mas quando eu li o texto até que achei bonitinho. Então, como quem não tem cão caça com gato e hoje eu não tenho poesia nenhuma, vai o textinho mesmo.




Lua nossa, olhares mudos.


A gente ficava olhando a lua à toa, sem motivo... Apenas olhávamos. Acho que os olhos não miravam o satélite que abria um clarão no céu; eles estavam voltados para outro lugar.

Deitados na grama verde, nada mais nos importava. Estávamos ali e isso já bastava para nós. O ar que cortava nosso rosto, os insetos que rondavam a nossa volta, o barulho do rio lá embaixo... Era tudo um presente da noite que, com seu silêncio melodioso, se arrastava lentamente.

Talvez não nos conhecêssemos como imaginávamos. Talvez a perpetuação do silêncio só servisse para demonstrar o abismo que havia entre nós. Mas, naquela hora, os nossos corações acelerados compassaram o mesmo ritmo. Éramos uma coisa só, mesmo que uma coisa vã e sem sentido ou futuro. Estávamos em sintonia, na nossa sintonia.

Poderia a magnitude do universo conspirar contra nós, tão pequenos diante de tão vasta beleza? Poderia aquela imensidão romper a tênue e ingênua ligação que havia entre esses insignificantes amantes? Éramos tão pequenos... Só queríamos ficar ali. Um protegeria o outro e nossas fraquezas se anulariam.

Mas o sol foi saindo e nossos olhares se encontraram. Não poderíamos fixar os olhos no sol. Seu brilho ofuscaria nossas frágeis e desacostumadas vistas. O universo não estava nos ajudando.

Novamente nos olhamos e não dissemos nada. Juramos amor no mais profundo silêncio. Aproximamos as mãos, enlaçamo-nas e cerramos os olhos. Ficaríamos juntos mesmo no breu, na escuridão do nosso íntimo, da nossa alma.

Luisa Iva.


Beijo pra todo mundo. Pros antigos que receberam beijo no último post.
E mais pra Mabi, Gabi, Ju, Rayssa, Thiago Idoso e Nay.

Ponto final.
Boa terça!

5 comentários:

Anônimo disse...

aaah, ela é uma poeta apaixonada!
que cafooona!
HAUIHUAIHAUIAH
mas mesmo assim eu adoreei! =P
;* priima

Anônimo disse...

Ahhh... que texto linda..
até me inspirou...
pena que não vou ver Paulo hoje!

Você tem talento Lú, você sabe.

Beijos e obrigado pelo beijo lá!

Unknown disse...

Liindo irmã, como sempre! Isso já não é surpressa para ninguém... E existe uma Luisa romantica ai escondida... hahahaha
Beiiijos irmã!

Anônimo disse...

Ah, agora que ela me mandou o beijos eu posso comentar aqui! :)
Irmãzinha, lindo seu texto, ou melhor, todos eles! Você é uma pessoa muito talentosa e é ótima com as palavras.
Espero que um dia estes 'beijos' que você está deixando por aqui, você deixe na dedicatória do livro que você ainda há de escrever! :D
Te amo, beijos da Chataa! ;*

Anônimo disse...

olha eu, suuuper atrasada aqui!
hauahauahauahauahua.
se vale de alguma coisa, ainda não perdi nenhum post de qualquer jeito. *-*

caramba, achar texto antigo é gostoso né?? eu guardo meus cadernos da 8ª série... (tem cada porcaria...)
hauahauahauahuahaua.

o seu é liiindo. *-*
amei, amei.
já disse que gamo no seu vocabulário? ;O
ei, por favor, volte pra poesia! assim a gente finge que eu sou melhor na prosa. ;P~

beijooos.
;*