domingo, 23 de agosto de 2009

Minhas impaciências.

Eu demorei, esqueci, lembrei, me chateei e até pensei em excluir o blog. Mas me deu vontade de escrever, de continuar. Aqui é meu cantinho. Vou ficar.


Aos brados

Eu não quero a poesia pensada,
Ritmada, cheia de métrica.
Quero prosa, confusão,
Paralelepípedo, engarrafamento.

Quero tempo nublado,
Ou um sol escaldante
Quero árvore seca,
Um gato, um preá.

Não quero rima,
Quero loucura, insanidade,
Quero críticas tolas
Pra poder rir de deboche.

Cansei de decassílabos,
Das redondilhas,
Dos trocadilhos.
Quero jogo de futebol.

Cansei de domingo no cinema,
Cansei de novela, de TV,
Quero rádio e um livro de receitas de geléia.

Cansei das normas,
Das leis burguesas,
Da maquinaria,
Cansei da frieza, do jogo,
Da falta de ritmo.
Eu quero é falta de noção!

Quero andar descalça,
Fazer desenho com giz de cera,
Gritar bem alto.
Quero uma inseticida.

Quero ler o que não me interessa,
Ouvir o que eu não entendo
E morrer de amor.

Quero pular de alegria,
Quebrar salto alto,
Andar a pé,
Esquecer os modos.

Cansei de lirismo,
Hoje eu quebro tudo.
Vou passar por cima
Das infelizes convenções.

Quero ler o que não me interessa,
Ouvir o que eu não entendo
E morrer de amor.


Luisa Iva
em 23/08/2009


Até breve.
Ponto final.

Um comentário:

Thiago Alfradique disse...

HAHAHAHA
Algumas (1 ou 2) partes parecem inspiradas na "Pena". Apenas uma impressão minha disso =D
Parebéns Lú.