sexta-feira, 14 de maio de 2010

Sábado Azul

Bem de manhãzinha, num sábado azul, eles se encontraram. Sorriram alegres por verem que realmente estavam ali juntos, embora já tivessem se visto no dia anterior. Bonito isso dessa gente ficar contente só de se ver e não enjoar de se encontrar toda hora. A presença, quando se basta, se torna o maior refúgio do outro, o maior abrigo; a companhia, a maior diversão, o carrossel mais colorido, a experiência mais viva.

As mãos se tocaram para depois se aninharem num aperto delicado. Entrelaçaram-se, simultaneamente. Mãos dadas, almas coladinhas, sentimento comum. As unhas dela arranharam de leve a palma da mão do rapaz. Ele tomou-lhe a mãozinha delicada, de unhas pintadas na cor da maçã do amor, e deu uma mordidinha nas costas. Mordida que acaricia, arranhão que afaga.

Ela encostou sua cabeça no peito dele por um segundo e, levantando-a, sorriu. Ela sentia-se protegida quando estava com ele, ele gostava de protegê-la. Novamente, a cabecinha procurou o corpo do rapaz, pedindo um cafuné e, para atender ao pedido, ele acariciou-lhe os cabelos com ternura. O cheiro dos cabelos da moça despertava tantas lembranças boas quanto o perfume doce que ela usava, duas espirradinhas de cada lado – maravilhoso!

Continuaram a andar e as pessoas que passavam pela rua olhavam admiradas o jovem casal. Quanta felicidade. Eles eram felizes sim, eles tinham aprendido a ser felizes, e andavam com a leveza de quem ama. Sem pressa, sem relógios, sem preocupação. O que lhes regia o ritmo dos passos era o prazer de estarem juntos, de terem um ao outro e, por isso, desejavam que aquela caminhada se prolongasse mais a cada minuto.

Moviam-se compassados, o coração também batia no mesmo ritmo. Ele era dela, ela era dele, e não se importavam de pertencer um ao outro. Triste é quando a gente quer ser só da gente mesmo, sem se dividir com ninguém, sem ter ninguém pra se compartilhar com a gente. Eles não tinham disso, se orgulhavam em dizer que, de tão juntos, já haviam atrelado seus quereres, deixando em cada um, um pedacinho do outro.

Atravessaram a rua no sábado azul. E seguiram. Ela queria tomar sorvete, ele queria o que ela quisesse. Então, era o sorvete mesmo. Sorvete de sábado azul.



Luisa Iva
em 13/05/2010


Aproveitando pra desejar os parabéns pra Lety, a menina do coração mais meigo, e um beijo para aquele que deixa meus sábados, meus domingos e minha semana toda mais azul.

Ponto final.

6 comentários:

Luiz Fernando Teodosio disse...

Bem legal e romantico o texto. =) Hoje eu posso dizer que foi uma sexta azul. xD

Guilherme Britto disse...

Demorou um bocado pra atualizar o blog, mas tá perdoada ;) haha

E que venham mais dias azuis...

=)

Beijos Lú.

Thiago de Brito disse...

Minha vida é sempre azul com a senhorita ao meu lado !

Te amo! (L)

Guilherme Bayara disse...

Uma delicia a leitura!
Sem palavras!

Unknown disse...

Te Amoooo, Luuuu!!
Obrigada pela dedicatória!!
Beijoss de sua fã e eterna amiga! ;]

Léo disse...

Muito bonito o texto